Testes

Como em quase todos os RPGs, para se determinar acontecimentos é feita uma comparação entre valores e/ou atributos, frequentemente utilizando de rolagem de dados. No caso deste RPG, usamos a diferença entre o atributo maior usado e o atributo menor usado, adicionando o resultado com 10 para determinar a dificuldade, e então rolando um D20 (Dado de 20 lados) Vamos aos teste mais comum para exemplificarmos:


TESTE DE ACERTO

O teste mais comum em combates, feito para determinar se um personagem acertará o outro com um golpe ou arma ou seja lá o que for. O atacante usará o atributo Destreza (DEX), enquanto o atacado usará a Agilidade (AGI) para tentar se esquivar. Exemplo:

“Manoel e Joaquim entram em discussão no bar. Manoel, já impaciente, joga a mesa para o lado e tenta esmurrar a cara de Joaquim com seu punho gordo.”

Vamos ao teste. Considerando que a Manoel tem DEX = 4 e Joaquim tem AGI = 3 :

4 – 3 = 1 + 10 = 11

Rolando D20 = 8

Manoel passou no teste de acerto. Agora, o narrador prosseguirá com a consequência desse teste:

“Manoel atinge o maxilar de Joaquim em cheio, que sente o impacto da pancada e desmonta sobre o chão.”

Caso Manoel falhasse no teste, a consequencia de sua ação seria outra. Por isso, os dados e valores determinarão se algo realmente ou não acontecer.

OUTROS TESTES

Dependendo da situação imposta, o narrador determinará qual atributo irá ser utilizado no teste. Porém, é de praxe indicar alguns padrões de confronto de testes:

Teste de Força: FOR vs FOR
Teste de Intimidação: CAR vs VON
Teste de Furtividade: DEX vs DEX


TESTE NÃO-COMPARATIVO

Existem aquelas situações onde o personagem deve realizar algo sozinho, sem ir contra ninguém, ou interagindo apenas com objetos inanimados. Neste caso, o narrador deve “criar” a dificuldade na forma de um valor, como se este fosse o “outro personagem”. Vamos ao exemplo:

“Zé precisa pular um riacho de 5m de largura para escapar de assassinos que querem sua cabeça. Porém, se ele não conseguir, será levado pela corte correnteza. Ele se prepara para o salto, tomando todo o impulso possível...”

Vamos ao teste. O narrador decidiu impôr uma dificuldade 4. Zé tem Agilidade 3.

3 – 4 = -1
-1 + 10 = 9

Rolando D20 = 14

Zé falhou no teste. Agora, a consequência:

“Zé acaba não alcançando a outra margem, caindo no riacho e sendo arrastado pela correnteza...”

O nível de dificuldade a ser estabelecido segue o mesmo padrão de crescimento dos atributos. ou seja, 1 seria uma dificuldade cotidiana, enquanto 10 é uma dificuldade praticamente impossível de ser ultrapassada. Assim como nos atributos, as dificuldades podem atingir um valor superior a 10, porém estas se tratam de dificuldades sobre-humanas, como, por exemplo, parar um caminhão a 80 km/h com o próprio corpo. Cabe ao narrador ter BOM SENSO e decidir o nível correto de dificuldade para a ocasião.


TESTES E PERÍCIAS

Em testes, frequentemente ocorrerão situações onde é necessária uma certa perícia para realizar o teste, caso contrário a realização do mesmo será muito mais difícil. Por exemplo, um leigo não terá conhecimento para criar uma jangada, enquanto um carpinteiro mediano terá este conhecimento para si. Tendo isso em vista, é importantíssimo que o narrador, antes de QUALQUER teste, verifique se o mesmo se encaixa dentro de alguma perícia. Caso se encaixe, a própria perícia trará uma dificuldade base para o teste respectivo, bem como o atributo a ser usado. Apesar disso, o narrador é livre para acrescentar ou diminuir o valor a dificuldade conforme a situação imposta.


ACERTO CRÍTICO / FALHA CRÍTICA

Mesmo que a dificuldade imposta seja muito alta, tornando o ato do herói virtualmente impossível de ser realizado, não é raro que em animes e histórias em geral ocorram "milagres" que tornam o antes considerado impossível em possível. Do mesmo modo, há aqueles momentos em que o que normalmente seria um erro comum e sem grandes repercussões se transforma numa catástrofe. Esses são, respectivamente, o acerto crítico e a falha crítica.

Este sistema parte do princípio de que, em testes normais o valor 1 no dado é sempre um ACERTO, e o valor 20 é sempre uma FALHA. Entretanto, para testes "impossíveis", onde o modificador for negativo após se somar 10 (apenas em testes não-comparativos), somente um acerto crítico contará como sucesso no teste. Considerando isso:

Acerto Crítico: Ao tirar 1 no dado, o narrador rola um dado de 10 lados. Se o valor sorteado também for igual a 1, será um Acerto Crítico.

Falha Crítica: Ao tirar 20 no dado, o narrador rola um dado de 10 lados. Se o valor sorteado também for igual a 20, será um Falha Crítica.

BOM SENSO

Bom, apesar de todos esses valores e lançamentos de dados que o sistema oferece, isso serve mais como um guia. Em uma aventura, o narrador tem liberdade para criar absolutamente qualquer coisa, e decidir o rumo da história como bem entender. Assim, se o narrador quiser usar o sistema apenas para combates entre players, ele é totalmente livre para isso. Porém, se quiser algo mais racional e "certinho", o sistema está aí oferecendo todas as possibilidades de testes a realizar. Ou seja, cabe ao próprio narrador decidir quando é válido ou não a realização de um teste.

Se achar, por exemplo, que o jogador está tentando fazer algo além do seu alcance, o narrador pode simplesmente dizer que "ele não consegue fazer isso" ou então realizar um teste com uma dificuldade X para ver se o jogador realmente falhará. Tudo isso faz parte do bom senso, que é a qualidade mais importante para um narrador, moderador, avaliador, etc.

Por isso peço a vocês, novos moderadores, que exercitem seu bom senso. Não tenham medo de perguntar a um moderador ou administrador mais experiente sobre algo em uma aventura que lhes gerou dúvida. O "veterano" irá lhes dar a opinião dele que certamente os ajudará na decisão, mesmo que esta não seja a mais correta (afinal errar é humano), pois ele transmitirá sua experiência e garantirá um aumento cada vez maior na qualidade do fórum.